Uma almoçarada combinada em cima do joelho reuniu uma trupe de malfeitores e umas garrafas de vinho. Abrimos com uma garrafa já aberta, eleita por alguns como a melhor pomada do dia. No entanto, esses alguns não ficaram até ao fim e não provaram os vinhos todos.
Castas d’Ervideira, Alentejo, tinto 2006, Tinta Caiada (monocasta), 13,5% de álcool. Um vinho com sabor médio a madeira, é a primeira vez que bebo um Tinta Caiada monocasta, mas o sabor deste parece um Syrah misturado com Aragonez, ou seja, um doce seco com um travo médio de adstringência. Mas que grande pomada!
O seguinte foi o Sanguinhal, Estremadura tinto 2004, Cabernet Sauvignon e Syrah, 14% de álcool, estagiou em madeira. Um vinho sanguinolento por unanimidade, com um toque de acidez que faltava ao anterior (a acidez é geralmente usada para o sangue não coalhar). A 2ª melhor pomada, segundo um dos convivas.
Veio então uma supresa do Dão: o Meia Encosta, Dão tinto Garrafeira 1995, 12% de álcool, um vinho da casa Borges (os mesmos do Tinta Roriz e do Touriga Nacional já muito bebidos por este blog), estagiou 6 meses em carvalho e 13 anos em garrafa. Macio, suave e ligeiramente doce, sabores concedidos talvez por uvas da casta Jaen… Gostei bastante.
Abrimos depois uma garrafa sem rótulo de um vinho armazenado em casa do nick durante mais de 10 anos. Um vinho que perdeu acidez e ganhou complexidade uma hora depois de aberto. Não sabemos de onde vem, que uvas tem, nem a percentagem de álcool, mas acompanha bem carnes grelhadas e outros petiscos. Maldito para os apreciadores de rótulos (mas não de rótulas).
Novo salto ao Alentejo: Almojanda, Alentejo tinto 2003, 13,5% de álcool, produzido pela sociedate agrícola Tapada do Chaves, carvalho português, Trincadeira, Castelão e Aragonez. Um vinho equilibrado, bom para acompanhar comida!
Passámos aos vinhos biológicos. O primeiro a abrir foi o Quinta da Urze, tinto Douro Superior 2006, 14% de álcool, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, uvas de agricultura biológica, estagiou em madeira. Um vinho bastante frutado, um capilé para alguns…
Para os resistentes, abrimos uma garrafa de mais um vinho de uvas sem químicos: Château Les Minauderies, Premières Côtes de Blaye, tinto 2006 Gran Vin de Bordeaux. Cabernet Sauvignon e Merlot? Sim, para variar. Bastante elogiado pelos especialistas que ficaram para o jantar.
Quanto aos comes, fizémos uns mexilhões guisados, uma caldeirada com todos, uma feijoada de lebre, um bacalhau na brasa, nacos de carneiro grelhado, batatas cozidas, arroz, saladas, 4 litros de chá verde japonês bio feito na hora, várias sobremesas e aperitivos… Enfim, foi uma festarola.
Bebeu-se e comeu-se tudo, não ficou nada… Não vá o sr. sousa lembrar-se de passar por aqui e cobrar imposto.