Comprei uma pomadona das antigas, tanto no sentido literal como no real: a pomada é mesmo velha… e é mesmo boa!
Não é fácil acertar com um bom vinho velho – alguns já não se conseguem beber, já não sabem a vinho; outros estão tão enxofrados que precisam de arejar várias horas – e por isso, recentemente, tenho comprado vinhos mais novos… o que também não é fácil, pois alguns são tão novos, sabem tanto a fruta que até enjoam.
Mas ontem choquei com um vinho na prateleira da Grande Loja Maçónica do Deserto, com uma garrafa que parecia dizer tudo sobre o que estava lá dentro – sóbria, estável, encorpada -, e não consegui evitar comprá-lo.
Quinta dos Carvalhais, Dão tinto 2000, 12,5% de álcool, Touriga Nacional (monocasta), 12 meses em barricas de carvalho francês. Um vinho com um toque muitíssimo ligeiro de envelhecimento, ácido q.b., ligeiramente doce (se fosse champanhe chamava-lhe meio-seco), e apenas um resquício daquele travo enjoativo dos vinhos do Dão… mediamente encorpado, uma mistura de excelência. Gostei imenso. Está ligeiramente acima dos topos de gama do Álvaro de Castro.