Três doces


Três vinhos doces – de três regiões diferentes – cada um à sua maneira.

ripanco

Ripanço, Alentejo tinto 2013 Private Selection, 14% de álcool. “Ripanço é o nome de uma técnica antiga utilizada tradicionalmente para desengaçar manualmente as uvas utilizando ripas de madeira. Este processo artesanal resulta num vinho mais suave, com maior concentração e cor.” Hesitei ao comprar este vinho, por causa dos 14% de álcool (demasiado para o meu gosto) e por causa do preço (5,5€). Mas foi uma boa aposta: o vinho tem um sabor próprio, diferente do usual – será do ripanço? – com um travo a amora muito doce, dos barrancos algarvios onde não chove e o açúcar se concentra, e combina isso muito bem com uma acidez q.b. Gostei imenso. Fez-me lembrar o Amoras Reserva, mas com mais requinte.

Quinta de Cabriz, Dão tinto 2003 Reserva, 13,5% de álcool, Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz.
Mais uma vez, tivemos direito a esta preciosidade, da qual já falamos aqui no blog antes. Para além dos atributos mencionados então – uma cor carregada pelo tempo, do vermelho sangue ao quase acastanhado, espesso, ainda com um sabor fresco a fruta, mas a sentir-se envelhecer a cada minuto que passava, com estágio em carvalho francês – encontrámos, nesta garrafa, uma doçura olímpica – quase néctar – que é necessário registar. É normal que, em garrafas com 12 anos de estágio em garagam, os sabores vão divergindo consoante estajam deitadas para o lado esquerdo, ou para o lado direito. Viva Baco!

Piornos, Beira Interior tinto 2011 Reserva, 14% de álcool, Trincadeira e Jaen, carvalho francês e americano. Com um sabor doce e forte a groselha e amora, ligeiramente cortado pela acidez da trincadeira. Não tão complexo como os anteriores, mas bom para acompanhar pratos fortes como atum assado nas brasas.

atum


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